No silêncio dos séculos, onde o tempo se tece em fios dourados de memória, ecoam os suspiros dos antigos, sussurros que dançam entre as estrelas, entrelaçando-se com o brilho dos amores nunca esquecidos. É nesse etéreo palco que se desenrola a sinfonia dos sentimentos, uma melodia eterna que se espraia pelos horizontes da alma inquieta, ansiosa por paixões clandestinas que hão de surgir.
Caminhando sobre cacos pontiagudos da existência, os passos reverberam como poesia, uma dança efêmera entre a luz e a sombra, entre o suspiro da brisa e o rugido do mar. Cada momento é uma tela em branco, esperando ser colorida pelo artista que persevera, com os tons da paixão e os matizes da esperança.
No coração da natureza, onde as árvores sussurram segredos ancestrais e os riachos murmuram melodias antigas, encontro a essência da vida. É como se as nuas folhas que dançam ao vento, em cada gota de chuva que beija a terra, carregam consigo os sonhos de todas os povos, os desejos mais profundos das almas desafortunadas.
E nas asas do tempo, voamos além das fronteiras da realidade, rumo ao reino da imaginação. Lá, os pássaros tecem ninhos de sonhos entre as nuvens, as flores desabrocham em cores inéditas aos deuses, e os rios fluem com as histórias dos tempos imemoriais.
É nesse mundo estranho, onde a luz e a sombra se afincam em prazer eterno, que encontro a justa poesia. Cada palavra é uma estrela cadente, caindo do céu noturno para iluminar os corações perdidos na escuridão. Cada verso é um sopro de vida, um eco da eternidade, uma canção que ressoa através dos séculos, uma segunda chance aos amores que se vão.
Assim, entre as linhas do destino e os versos do infinito, desdobro-me em poesia, uma alma viajante em busca da beleza que habita em cada cantinho deste vasto universo. E quando finalmente me perder nas brumas do tempo, que minhas palavras permaneçam como faróis de luz, guiando os navegantes perdidos de volta ao porto seguro da prosa.