Textos
Curioso pensar nos caminhos das artes, mais ainda seria a tentativa frustrada em classifica-los – Seriam os primeiros crayons, seus primeiros rabiscos?
Élon Brasil é a ressignificação de muitos caminhos, contidos, porém nada silenciosos.
Os esfregaços testemunham o contato entre matéria e memória, criador e criatura. Urucum, betume ou o óleo, desfiguram as materialidades convencionais e catalisam certo misticismo sobre os retalhos agregados.
Revisitando a poetisa inigualável, “como uma nova invenção”, o autodidata de Niterói apaixona e emociona seu público, fazendo da miscigenação seu triunfo conceitual. São as praças cheias de músicos e dançarinos no Pelourinho, os povos indígenas do Brasil e seus fluxos descendentes na capital paulista se contrastam em suas pinturas.
Ao concluir que "O Brasil é o museu do Índio", Millôr Fernandes reconstrói a identidade costurada pela obra de Élon, onde o selvagem não é quem vive na natureza, mas quem a destrói.
Acreditando nas expressões artísticas em seu poder político, educador e humanizador, admiro os talentos natos, na vocação estimulada pela prática. Élon Brasil é, na opinião deste crítico, um dos maiores pintores da atualidade.
Rafael Ruiz Zafalon de Paula
Enviado por Rafael Ruiz Zafalon de Paula em 13/04/2020
Alterado em 13/04/2020
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