Soneto pulsante
Velavam os pés áridos
Beijavam os calejados dedos
Incitavam os quietos medos
Sepultavam os sonhos ávidos
Naquele alpendre tímido
Memória um pouco turva
A criançada e a uva fora da curva
Semeadas no seio do pinho úmido
Não era um sonho
Posto que nada dormi naquela noite
Era estória batendo à porta
Tampouco verso enfadonho
Naquele doloroso amor em açoite
Anoiteceram meus olhos pela aorta.
Rafael Ruiz Zafalon de Paula
Enviado por Rafael Ruiz Zafalon de Paula em 23/04/2019
Alterado em 05/06/2019
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