Flor se fez dor
Dirás que sozinho vivo?
Não me bastou o côncavo tempo
As gélidas lágrimas ao relento
Pretérito árido e cativo
Traguei à sarjeta do alambique
Embriaguez alguma fez-me livre
Unguento algum que me prive
Da dor que me rompe como a um dique
Então diga-me, tresloucado leitor
Basta a vida e sofrer por amor?
Poupe-me das incertezas!
Surrados somos pelo feitor
Na vida dos amantes, flor se fez dor
E nunca trouxe certezas!
Rafael Ruiz Zafalon de Paula
Enviado por Rafael Ruiz Zafalon de Paula em 20/04/2019
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