Cordel encantado
Venho lhe buscar
Para num instante provar
O beijo doce do Giracá.
Por um instante o sabiá
Sobre o que diria?
Se acaso um dia
Giracá fosse me visitar.
Pois que Giracá é esse?
Que despertou em mim
Tão doce interesse
Cria de Caim e Abel
Afirmou a singeleza
E pelo sertão foi caminhar.
Viajei pelos sertões
Do tempo ao vento
Da terra rachada ao mar
Sem Giracá encontrar.
Vendo todo desperdício
Do meu povo trabalhar
Mas sobre essa terra seca:
Macaxeira, fiz brotar
Nas ossadas, pus-me a chorar
Nos terreiros, a orar
Para cá lhes contar
Esse cordel encantado de amar.
Rafael Ruiz Zafalon de Paula
Enviado por Rafael Ruiz Zafalon de Paula em 26/03/2019
Alterado em 26/03/2019
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