O menino do mar
Aquele pobre menino
Que na areia clama
Seu coração que ama
Sob as estrelas indaga
Seus joelhos à areia
O pulso o ampara
Afloram-lhe as lágrimas
(...)
Esse era quem aguardava
Primogênito do pescador
Que morreu de amor
Içando as redes ao ar
Alegrava nosso alpendre
Agora, a profundeza do além-mar
(...)
Esperou o raquítico menino
Tão solitário, sem destino
Na orla os pés, mas a lua a cintilar
O vento soprava rígido
A areia lhe assegurava vívido
(...)
Mar de coração salgado
Bebendo prantos amargos
Sem colo que o amparasse
Fitou a canoa (o menino)
(...)
Urrando saudades claras
Rasgou as amarras
Se pôs ao mar
(...)
Aurora, meninas secas
Lábios trêmulos, rachados
(...)
Ao seu pai foi buscar.
Rafael Ruiz Zafalon de Paula
Enviado por Rafael Ruiz Zafalon de Paula em 23/03/2019
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.