Soneto ao Crepúsculo
Ouvi da varanda um clamor
Gritos lúgubres, suspirados
Olhos secos arrancados
Enlouquecidos pela dor
Fronte inchada, amargurada
Maltrapilho e desgostoso
Triste coração, trêmulo e vagaroso
Que se entrega à lembrança amada
Ensurdecedor brado, desesperado
Sangraria em minh’alma tal desalento?
Poderia eu torna-lo amenizado?
Perfiz então o quão atormentado
Sentia-me naquele momento
Eu não o ouvi, era eu mesmo, machucado.
Rafael Ruiz Zafalon de Paula
Enviado por Rafael Ruiz Zafalon de Paula em 30/01/2019
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